sexta-feira, 31 de julho de 2009

Editorial


Irmãs e irmãos da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, o devocionário Sementes inicia, a partir desta edição, uma nova fase. Queremos manter sua riqueza permitindo que participem da sua elaboração pessoas do laicato e do clero, proporcionalmente distribuídos pelas três regiões provinciais da nossa IEAB, de diferentes idades, mulheres e homens, de forma de expressar o mais amplamente nossa espiritualidade anglicana e brasileira. Por outro lado, queremos aprimorar o devocionário, lhe dar uma coerência edi-torial maior, nos espelhando em outra belíssima experiência anglicana que é o chama-do Forward Moviment, que edita em inglês e espanhol o devocionário “Dia a Dia”. Que-remos que Sementes seja cada vez mais instrumento de missão e evangelização, que não sirva apenas para pessoas que já participam de nossa igreja, mas que possa ser uma fonte de água da vida para outras pessoas, principalmente para essa grande massa de gente que busca Deus, que busca sentido para sua vida, que busca espe-ranças neste mundo tão ameaçado e dominado pelo egoísmo e o individualismo. Neste sentido iremos imprimindo mudanças progressivamente e para isso queremos contar com sua colaboração! Criamos um “blog” do devocionário, http://www.sementesmeditacaodiaria.blogspot.com/. Neste espaço você poderá se manifestar, e se ainda não tem acesso, peça para alguém da sua comunidade “blogar” sua opinião. Também, se desejar, poderá se oferecer como colaborador ou colaboradora para que possamos contar com seu nome em próximas edições. Neste número colocamos o lema: “Ajuda-me, Senhor” (Mt 15:25) retirado do texto que relata o encontro dramático da mulher cananéia ou siro-fenícia com Jesus. Esta mulher estava fora de tudo! Fora da fé de Israel, fora do poder masculino que dominava a sociedade da época e sem recurso algum para acudi-la diante da iminente morte do ser que ela mais amava (sua filha). O pedido não é atendido imediatamente. Jesus interpõe a idéia excludente que a fé é primeiro para Israel. No entanto ela insiste e dá um exemplo maravilhoso e marcante de fé, conseguindo a vida para sua filha. Com este espírito é que assumimos, em nome de toda a equipe editorial, a nobre e feliz tarefa de levar adiante nosso devocionário Sementes. Que o Senhor Jesus Cristo nos ajude, guie e guarde. Amém.
Revdo. Dr. Humberto Maiztegui Gonçalves (Coordenador da equipe editorial)

José de Arimatéia

Salmo 69:1-23ou 73
II Sm 5:1-12
At 17:1-15
Mc 7:24-37

Sementes nas mãos de novos semeadores

A fé cristã, conforme o Evangelho é católica, isto é, Jesus não veio para privilegiar um povo, ou uma determina-da casta, mas para amar e acolher a todos como filhos do mesmo Pai. Para nós, cristãos, discriminar e não acolher quem quer que seja é pregar ao mundo uma mensagem totalmente contrária ao que Jesus ensinou. Somos todos filhos queridos e amados por Deus, mesmo aqueles que O negam; e porque somos filhos, somos irmãos e como tal devemos viver em fraternidade. Nós anglicanos temos nos preocupado com a questão da inclusividade. Cremos que a inclusividade precisa ser compreendida na dimensão da catolicidade da igreja. Não podemos fazer distinção de pessoas. Cada gesto fraterno de amor e acolhida será como semente nas mãos de novos semeadores.
Itabira Jonas
“Muitos deles abraçaram a fé e também um númeroconsiderável de gregos, tanto mulheres de condição elevadacomo muitos homens.”
At 17:12

quinta-feira, 30 de julho de 2009

William Wilberforce, 833

Salmo 70,71ou 74
II Sm 4:1-12
At 16:25-40
Mc 7:1-23

A fé justificada com atos de amor
Na contemplação do Evangelho de hoje vemos Jesus condenando em alguns fariseus e doutores da lei a observação do preceito, quando este não produz frutos. Ele usa as imagens: lábios e coração dizendo que “os lábios louvam, mas o coração está distante” de Deus e do seu projeto de amor. Precisamos ter em conta que o preceito deve ser observado na medida em que redunde na construção do Reino de Deus. Lembro-me de uma religiosa da igreja Romana, vocacionada ao serviço dos pobres, dizer que não titubearia em sair da fila da eucaristia, para atender um necessitado material ou espiritual. A fé se faz valer de atos concretos de amor e serviço. É do coração humano que brotam todas as coisas boas e más. Por isso é preciso sondá-lo sempre para saber o que brota e o que deveria dele brotar, segundo nossas práticas e devoções. Ouvir da bíblia, da oração, da celebração, da vida em comunidade, dos ensinamentos da igreja e dos acontecimentos da história o que Deus tem a nos dizer é fundamental para que possamos moldar nossas vidas segundo o projeto de Deus para cada um de nós em particular, e para que a sociedade como um todo se realize plenamente.
Itabira Jonas
“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”
Mc 7:16

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Maria e Marta de Betânia

Salmo 72
II Sm 3:22-39
At 16:6-15
Mc 6:47-56
Esvaziar-se de si

As nossas orações deveriam ser diferentes. Diante de Deus, deveríamos nos calar para ouvir o que ele tem a nos dizer. A verdadeira oração é aquela em que na presença de Deus procuramos dar respostas às suas interpelações. O Evangelho de hoje, além da contemplação na qual Jesus vai ao encontro dos discípulos caminhando sobre as águas do mar de Genesaré, nos permite outra reflexão. Depois de ir ao encontro dos discípulos, Jesus atravessa o mar em direção à outra margem, para encontrar-se com outros necessitados, que esperavam por ele. Nesses dois acontecimentos é possível perceber que a iniciativa da relação do homem com seu Criador é sempre de Deus. Se olharmos atentamente para a Palavra de Deus, veremos que essa foi a dinâmica vivenciada por Abraão, Moisés, Samuel, Maria e tantos outros que se dispuseram a Ele. Deus sempre sabe de nossas disposições e necessidades, por isso sempre vem ao nosso encontro. Sempre nos chamou a sermos parceiros na construção da sociedade, segundo seu projeto de amor. (Jo 15,16) Refletir sobre isso é perceber que orações cheias de discursos e palavreados podem não nos conduzir a lugar nenhum, porque tentamos satisfazer nossas próprias vontades, desejos e vaidades. Na oração, antes de qualquer coisa, devemos assumir uma atitude de esvaziamento e silêncio para acolher o que Deus tem a nos dizer, porque é Ele quem toma a iniciativa “Fala Senhor, que teu servo escuta.” (Sam 3,10). Em seguida devemos decodificar a mensagem e dar a resposta conforme a vocação a que fomos chamados, assim como fizeram Abraão, Moisés, Samuel e Maria.

Itabira Jonas

“porque não tinham compreendido o acontecimentodos pães. O coração deles estava endurecido.”
Mc 6:52

terça-feira, 28 de julho de 2009

Salmo 61,52
II Sm 3:6-21
At 16:6-15
Mc 6:30-46

Acolher para partilhar

A riqueza espiritual do Evangelho comumente chamado de “o milagre da multiplicação dos pães”, está na experiência que Jesus faz de acolhida e de partilha. Num primeiro momento, ao ver a multidão que se apinhava à sua frente, Jesus olhou para ela e teve compaixão, porque lhe pareceram ser como “ovelhas sem pastor”. Esta é a mesma compaixão que Ele tem para com cada um que caminha em busca do sentido da vida. Acomodados e acolhidos, Jesus vai além do ministério do ensino, ele se preocupa também com o bem estar físico das pessoas. Ao pedir aos discípulos que alimentem a multidão faminta, Jesus dá a oportunidade para que eles façam a experiência da partilha. Partilha, como atesta o Evangelho, não consiste em divisão ou em perda, mas ao contrário, em colocar em comum o que se tem e é, a fim de que todos indistintamente possam gozar dos bens dados por Deus desde a criação do mundo. Partilha consiste em soma e multiplicação e não em perda e divisão. Para nós anglicanos a experiência sacramental da Eucaristia é essencialmente partilha. Segundo o ensinamento da igreja, a mesa pertence a Cristo e é dom de Deus. Somos convidados à mesa não por nossos próprios méritos, mas pela benevolência de Deus. (LOC p. 65) A Eucaristia deve se prolongar na partilha da fé, do amor, da esperança, da alegria, das descobertas, da solidariedade, da paciência, enfim, de tudo o que alimenta a vida.

Itabira Jonas
“Quando saiu da barca, Jesus viu uma grande multidãoe teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor.”
Mc 6:34

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Salmo 56,57(58)ou 64.65
II Sm 2:1-11
At 15:36-16:5
Mc 6:14-29

Buscar primeiro o reino de Deus

"Quanto mais próximos estamos de Deus, mais comprometidos.” Essa é uma advertência que deveria pautar a caminhada espiritual do cristão que sente o desejo de trabalhar pelo Reino de Deus. Nós, os batizados, somos vocacionados e, como tal chamados a ser testemunhas e guardiões dos valores do Reino. João Batista, que era primo de Jesus, o conheceu plenamente. Poderia por isso se sentir um privilegiado. No entanto, diante do mestre, se sentiu como um sim-ples servo, humilde e comprometido com o projeto de Deus. Mesmo sabendo dos perigos que corria, não teve medo de ser profeta e denunciar os enganos do Rei Herodes, quanto à sua vida matrimonial. Esse episódio ensina que a despeito de qualquer “outro valor”, em primeiro lugar o compromisso do cristão deve ser com os valores do Reino de Deus. “Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo mais será dado em acréscimo”.
Itabira Jonas
“Que Javé os trate com misericórdia e fidelidade.”
II Sm 2:6

domingo, 26 de julho de 2009

8º. Domingo depois de Pentecostes

Salmo 114
II Rs 2:1-15
Ef 4:1-7,11-16
Mc 6:45-52

Ver Deus internamente

Muitas vezes, por uma interpretação equivocada das Sagradas Escrituras, somos levados a buscar Deus a partir da experiência de um fato “fantástico”; de um “milagre extraordinário”. Então, a experiência que fazemos de Deus não ultrapassa o limite da análise daquele acontecimento perdido no meio de uma história do passado. Ela não alcança o coração de Deus. É como se o nosso olhar sobre o fato fosse de fora, analítico. No episódio do Evangelho de hoje, Marcos narra um acon-tecimento que permite olhar o Senhor internamente, olhar o seu coração e sua fidelidade para com as suas criaturas. No meio do mar revolto, os discípulos estão inseguros, como nós em determinadas situações da vida. Mas, é o Senhor quem caminha sobre o mar e vai ao encontro deles para tranqüilizá-los, fortalecê-los e encorajá-los: “Sou eu, não tenham medo!” disse Jesus. Jesus é Deus: é aquele que é, e sempre estará com seu povo. Diante disso ninguém deve temer nada, mas confiar sempre. O Senhor sempre vem em socorro daqueles que o buscam em espírito e verdade, indepen-dente do “mar em que se navega”. Dependendo da perspectiva do olhar é que veremos “o milagre” que se concretiza a partir do coração generoso de Deus; um Deus que age na história, fala através dela, renova a criação, faz o sol nascer a cada manhã, permite a vida, se alegra em cada abraço fraterno, se rejubila com a esperança, e se compraz com a solidariedade.
Itabira Jonas
“A terra estremece diante do Senhor ante a presença do Deus de Jacó.”
Salmo 114:7

sábado, 25 de julho de 2009

São Tiago, apóstolo

Salmo 55,138,139
II Sm 1:1-16
At 15:22-35
Mc 6:1-13

Deus presente

O salmo 139 é um salmo de ação de graças que mostra a humildade do Salmista em relação à onisciência de Deus. Para algumas pessoas o pensamento do Salmo 139, que Deus nos conhece até o profundo de nosso ser é assustador. Porque nos mostra um Deus sempre atento inspe-cionando o que fazemos, falamos e pensamos. Por outro lado nos lembra da certeza deste Deus presente em todos os momentos da nossa vida, porque sublinha o Seu carinho e cuidado conosco. Reconhecer que Ele está dentro de nós (Espírito Santo), nutrindo-nos e fora de nós desafiando-nos a ver o seu imenso amor (Jesus). Assim guiar os nossos caminhos para vidas plenas de abundancia. Assim como o salmista nos convida a ver Deus presente em tudo, convidamos o leitor ou a leitora a vê-lo em si. Para ter uma vida de completude e austeridade.
Daniel Rangel Cabral Jr
“Inclina, ó Deus, teus ouvidos à minha oração, e não rejeites a minha súplica.”
Salmo 55:1

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Thomas à Kempis, presbítero, 1471

Salmo 40,54,51
I Sm 31:1-13
At 15:12-21
Mc 5:21-43

A fé que liberta

Esta passagem do Evangelho de São Marcos 5:25-34 é que mais marcou minha vida. Quando descobrimos o contexto da Mulher no tempo de Jesus, descobrindo que a mulher “impura” era excluída da sociedade israelita, até de entrar no templo. Entende-se o tamanho do sofrimento desta mulher. Ela não tinha nem o direito de expressar a sua fé. Mas mesmo assim Jesus se deixa tocar por essa mulher impura e abandonada pelos seus. Percebemos como a fé em Cristo nos liberta de “pré-conceitos”, “pré-julgamentos” que faz entender porque Jesus toma esta atitude ousada. Porque Ele não olha os nossos defeitos, erros e “doenças”. Ele nos olha com a fé. Se temos fé que ele nos liberta de tudo que oprime, principalmente, a morte. Nossas perspectivas se libertam, também, não é saber se sou “assim ou assado” mas se acredito na compaixão, misericórdia e no amor. Por isso é inconcebível numa sociedade que se diz cristã, ainda vermos a exclusão, o preconceito e a injustiça. Então podemos nos perguntar: Será que vivemos numa Sociedade Cristã?
Daniel Rangel Cabral Jr
“Tenho esperado no Senhor com perseverança; ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.”
Salmo 40:1

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Salmo 50,66,67
I Sm 28:3-20
At 15:1-11
Mc 5:1-20

Unidade na Diversidade


Em tempos de discórdia e divergência na nossa Comunhão Anglicana. A passagem do livro dos Atos dos Apóstolos, indicado para hoje, nos ensina que apesar de haver discórdia e divergências de idéias, pode se construir a convergência e a união. O texto fala do primeiro Concílio da Igreja Cristã (Concílio de Jerusalém) e que foi convocado por causa do impasse sobre os gentios, se tinham ou não, de cumprir as Leis, cerimônias descritas na Thora. Apesar do texto mostrar as duas correntes da cristandade da época, o impasse é resolvido com austeridade, compreensão e liberdade. Sem prejudicar as partes que estavam divergindo. Conseguiram na diferença trazer a “Unidade na Adversidade” ou união na diferença. Os dois lados se apoiaram num só preceito a continuação da pregação do Evangelho do Reino como fonte de Liberdade e Justiça para todos. Lógico que para decidir sobre isso os lados tiveram que ceder alguma coisa, mas como foi importante isso. Senão, não estaríamos aqui hoje meditando neste texto. Por que não seguimos o exemplo dos Apóstolos? Será que é difícil?
Daniel Rangel Cabral Jr
“E os céus proclamam sua justiça, porque Deus mesmo é o julgador.”
Salmo 50:6

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sta. Maria Madalena

Salmo 119:49-72 ou 49
I Sm 25:23-44
At 14:19-28
Mc 4:35-41



O Senhor me consola


Quando atravessamos tempos de dor, tristezas, angústias e medos, parece que de alguma forma isso não vai ter fim. Estes sentimentos têm um “poder” de nos consumir as energias e nos fazer repensar a vida. Mas quando lemos o versículo 50 do Salmo 119 que está indicado no lecionário diário deste dia, percebemos como Deus pode ser consolo. O Salmista expressou muito bem a nossa satisfação quando recordamos o amparo divino. A palavra vivificar aqui no hebraico significa ressurgir, voltar à vida. Se recordarmos como o Senhor fez com o seu povo, podemos dizer, que eles tantas vezes “morreram” e Deus interveio e os fez reviver: libertação do Egito, a libertação do cativeiro babilônico e a vinda de Cristo. Assim como o novo povo de Deus podemos também recordar como eles, como somos agraciados com Sua ação vivificadora. Assim enfrentar todas as nossas angustias e aflições do nosso dia a dia, com coragem e força revigorada. Por isso Deus nos consola.
Daniel Rangel Cabral Jr
“Nisso está minha consolação em tempo de angústia, porque tuas promessas me alentam.”
Salmo 119:50

terça-feira, 21 de julho de 2009

Salmo 45,47,48
I Sm 25:1-22
At 14:1-18
Mc 4:21-34


Perceber o outro


No santuário de Nob havia dois tipos de pão, o sagrado e o profano. No cristianismo, esta distinção não existe mais. Jesus não está mais presente na Igreja, do que na refeição em casa com a família feliz (ou infeliz!) ou com aqueles felizes (ou infelizes) sem família. O véu do santuário já se rasgou; Deus se faz carne e o reino de Deus está dentro de nós e entre nós – todos nós. O Cristianismo pode utilizar a religião para transmitir seus valores e verdades mas não deve ser confundido com ela. Jesus é Deus em casa conosco, em nossas amizades e aspirações pela justiça e pela misericórdia. Ele vem na luta pela sobrevivência, na alegria da festa, no pão e no vinho compartilhado. Deus se faz presente nos cultos e na criança dividindo o último doce.Por um lado, cercando seu povo de cuidados no deserto, no outro formando novas famílias, como o grupo dos Doze, para ser força curadora no mundo pelos laços de amor. Eucaristia é uma ação de partilhar, não só um rito ou dogma. Como Leonardo Boff escreveu, “Deus se encontra no partir e repartir do pão. O resto são palavras dos homens e das religiões. Somente palavras”.
Stephen James Taylor
“Amas a justiça e aborreces a maldade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria acima de teus companheiros.”
Salmo 45:7

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Salmo 41,52
I Sm 24:1-22
At 13:44-52
Mc 4:1-20


Justiça pessoal x Justiça Divinal


Hoje vivemos tempos de violência, morte e injustiças. Por isso vemos pessoas fazendo a sua própria Justiça, conhecida como, justiça com as “próprias mãos”. O texto do primeiro livro de Samuel capitulo 24 mostra a cena mais marcante entre o então Rei de Israel de fato, Saul, e o Rei de “direito” Davi, que narra o inverso da pratica que vivenciamos. Saul está em guerra com os filisteus e descobre que Davi estava poucos quilômetros dali, então decidiu ir ao encalço dele. Mas nestas reviravoltas da vida, Saul precisou “aliviar o ventre”. Neste instante, ele, de caça-dor vira uma mera presa indefesa, Davi estava na caverna onde ele se “aliviava”. Mas, Davi não faz a sua justiça. Corta apenas uma aba da capa de Saul, sem ele percebe, e depois mostra para o próprio o que fez. E diz: “Que o Senhor seja o meu Juiz”(TEB). Ele tinha todo o direito de matá-lo, pois ele era o perseguido. Mas Davi deixa a Justiça para as Mãos de Deus. Seria tão bom se em tempos como o atual pudéssemos seguir o exemplo de Davi e em algumas oportunidades deixarmos Deus ser o nosso Juiz. Teríamos uma sociedade menos violenta.
Daniel Rangel Cabral Jr
“O Senhor o confortará no leito da doença; tu lhe amacias o leito na enfermidade.”
Salmo 41:3

domingo, 19 de julho de 2009

7º Domingo depois de Pentecostes

Salmo 22
Is 57:14b-21
Ef 2:11-22
Mc 6:30-44


O Prover de Deus


Em tempos de colapsos do sistema financeiros, mau momento da economia global e desempregos em massa, com isso, escassez de provimentos para o cidadão comum. O texto do Evangelho de Marcos vai de encontro a tudo isso, nos aponta o prover de Deus na figura de SeuFilho Jesus. Diante da falta de alimento para os discípulos para saciar a sua fome no deserto. Depois de horas ouvindo o mestre eles são pegos no meio do deserto com fome sem nenhuma mercearia próxima e o mar estava longe dali. Próximo estava apenas cinco pães e dois peixinhos, mesmo com pouco, este se torna como diz o texto uma “grande refeição”. Apesar do deserto ao redor e da pequenez do alimento todos comeram e se fartaram.Nestes tempos “desérticos” de crises temos que depositar a esperança no Cristo da Esperança e do provimento. Que de forma balsâmica nos nutre e alimenta pelos meios de graça que nos dá, diariamente.
Daniel Rangel Cabral Jr
“Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os libertaste.”
Salmo 22:4

sábado, 18 de julho de 2009

I Sm 22:1-23
At 13:26-43
Mc 3:19b-35


Rebeldia


A inimizade corrompe tudo! Saul cria a “rebeldia” em Davi pela inveja e a violência sem freio. Mas é a agressão e o abuso de poder do rei que constituem rebeldia contra os propósitos de Deus e decência humana. E osoutros poderosos, os doutores da lei no Evangelho, tinham razão de acusar Jesus de estar possuído? O trecho de Marcos ontem, mostrou Jesus formando uma nova família, um novo grupo de amigos, com laços de tolerância e generosidade. E na leitura hoje, até a família o considera louco. Muitas coisas faladas e feitas por Jesus eram vistas como rebeldia. Até a morte de Jesus foi cercada pela violência, inveja e insegurança política e acusações de rebeldia. Mas como Paulo relata no Atos, tudo ocorreu “sem motivo”. Os que fazem as questões constrangedoras sobre o mundo desequilibrado e desigual, sobre os valores estúpidos de consumismo, ou sobre a demagogia de uma certa religiosidade (com sua obsessão com os demônios) não são rebeldes mas heróis. Lembremos que graças aos rebeldes, saímos da caverna.
Stephen James Taylor
“Eu garanto a vocês: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem dito.”
Marcos 3:28

sexta-feira, 17 de julho de 2009

William White, bispo da Pensilvânia, 1835

I Sm 21:1-15
At 13:13-25
Mc 3:7-19a

Sagrado e Profano

No santuário de Nob havia dois tipos de pão, o sagrado e o profano. No cristianismo, esta distinção não existe mais. Jesus não está mais presente na Igreja, do que na refeição em casa com a família feliz (ou infeliz!) ou com aqueles felizes (ou infelizes) sem família. O véu do santuário já se rasgou; Deus se faz carne e o reino de Deus está dentro de nós e entre nós – todos nós. O Cristianismo pode utilizar a religião para transmitir seus valores e verdades mas não deve ser confundido com ela. Jesus é Deus em casa conosco, em nossas amiza-des e aspirações pela justiça e pela misericórdia. Ele vem na luta pela sobrevivência, na alegria da festa, no pão e no vinho compartilhado. Deus se faz presente nos cultos e na criança dividindo o último doce. Por um lado, cercando seu povo de cuidados no deserto, no outro formando novas famílias, como o grupo dos Doze, para ser força curadora no mundo pelos laços de amor. Eucaristia é uma ação de partilhar, não só um rito ou dogma. Como Leonardo Boff escreveu, “Deus se encontra no partir e repartir do pão. O resto são palavras dos homens e das religiões. Somente palavras”.
Stephen James Taylor
“Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal se jogavam sobre ele para tocá-lo.”
Marcos 3:10

quinta-feira, 16 de julho de 2009

I Sm 20:24-42
At 13:1-12
Mc 2:23-3:6

Família e amizade

A família pode ser uma bênção enorme, mas pessoas precisam individualizar-se crescendo na formação de novas famí-lias e a aventura da vida além da casa. As advertências de Jesus sobre a família se explicam onde vida não tem essas referências. A tragédia de Saul de não respeitar seu próprio filho, Jônatas, a amizade e a sinceridade de Davi nos deixa tristes. Davi podia engrandecer a casa de Saul mas ao rei faltava a graça da amizade; e com tanta raiva não consegue respeitar a si mesmo. O problema não é sempre com os filhos! Em Atos, a Igreja cresce à base de novas expressões de amizade, novas percepções e novos compromissos. Está presente aquela mesma tradição evangélica de caminhar juntos. Nada de individualismo, demagogia, interesses, cobrança. A nova ordem se faz com amizade, não com regras, com misericórdia, não com o sacrifício. A dignidade das pessoas – sua salvação - se estabelece não idolatrando, nem desprezando a família mas honrando a intimidade, amor, entrega e amizade dentro e fora da casa. A família foi feita para servir ao homem, e não o homem para servir-la.
Stephen James Taylor
“E Jesus acrescentou: 'O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado.'”
Marcos 2:27

quarta-feira, 15 de julho de 2009

I Sm 20:1-23
At 12:18-25
Mc 2:13-22

Amizade

O Cristianismo não padroniza um único modo de ser discípulo. Há muito espaço na casa do Senhor para todas as expressões do amor. O casamento, e a família são as expressões óbvias, mas quantas vezes escutaram um sermão sobre a qualidade sacra da amizade? Jônatas amava Davi como a si mesmo. Amizade – um tipo do amor que tem sua própria dinâmica - é considerado como pacto sagrado. Na Bíblia, há muitas referências à amizade incluindo aquela especial intimidade de Jesus com João. Nos Atos encontramos os cristãos ca-minhando sempre juntos (12:25 Barnabé, Saulo e João). E no evangelho há uma nova amizade, mas a hospitalidade de Levi vira escândalo. Compartilhar mesa define o jeito de Jesus, que nos chama “amigos” e interpreta sua morte como gesto de amizade. Os religiosos tiveram problemas com Jesus por causa do espírito de amizade – honestidade, riso, apoio mútuo, comida – e os tipos de pessoas que Ele atraiu e com quem festejou. Tem muitas pessoas que querem receber as bênçãos de Jesus. Mas como nós reagiremos quando Ele e seus amigos baterem à porta de nossa casa?
Stephen James Taylor
“A Palavra de Deus, entretanto, crescia e se multiplicava.”
Atos 12:24

terça-feira, 14 de julho de 2009

I Sm 19:1-18A
Mt 12:1-17
Mc 2:1-12

O Artista eterno

Que contrastes! A instabilidade violenta de Saul, a amizade leal de Jônatas por Davi e as ações prestativas e mentirosas de Micol. E todas da mesma casa! A Bíblia não disfarça as verdades humanas. Há uma referência difícil aqui que “um espírito mau veio da parte de Javé”. Não é fácil entender, mas a meditação pode amadurecernossa compreensão do Criador. É comum, até conveniente, atribuir tudo que é desconfortável, confli-tuoso e ameaçador ao Maligno, esquecendo que Deus se faz presente em toda criação, sempre edificando oportunidades (desafiadoras), até nas piores ruínas do passado. Pedro saiu milagrosamente da prisão para a casa da família de Marcos, mas iria enfrentar grandes provas no futuro. E aqueles curados no evangelho? Saíram de sua dependência e impotência para enfrentar os desafios da vida na sociedade. Saúde, namoro, conquistas, desilusões, doenças, são oportunidades e contêm os germes que podem ser embriões de paz ou da infelicidade. Tudo depende de como você encara as situações. EDeus, O Artista eterno, que se encontra nos contrastes, “escreve certo por linhas tortas”.
Stephen James Taylor
“Pedro estava vigiado na prisão, mas a oração fervorosa da Igreja subia continuamente até Deus, intercedendo em favor dele.”
Atos 12:5

segunda-feira, 13 de julho de 2009

I Sm. 18:5-16,27b-30
At 11: 19-30
Mc 1:29-45

Casa, esfera de graça

Três casas. Uma em que a inveja e medo do rei corroem os relacionamentos. Davi conseguia muito êxito militar e pessoal; sua popularidade aumentava e isto iria refletir bem para o rei. Porém a cegueira de Saul derruba a felicidade de sua própria casa. A segunda casa é aquela em que Paulo e Barnabé passaram um ano inteiro trabalhando juntos. As tribulações dos primeiros seguidores de Cristo resultaram na formação de novas igrejas, quer dizer, comunidades nas casas. Assim foi disseminada a mensagem de graça. E onde se encontra Jesus no começo do seu ministério? Na casa de Pedro. Não sabemos muito dos arranjos domésticos diários de Jesus e seus discípulos. Será que está implícito que eles passaram muito tempo nas casas dos amigos e familiares? Foi neste contexto que se fizeram curas, e amadureceram os relacionamentos? “A cidade inteira se reuniu na frente da casa.” No Templo, lugar de conflitos e inveja, Jesus nunca foi bem recebido. Talvez em nossos dias, com tanta religiosidade e fuga para os templos, a hora chegou de repensar a igreja, na imagem da Casa e não do Templo.
Stephen James Taylor

“A mão do Senhor estava com eles, de modo que foi grande o número dos que acreditaram e se converteram ao Senhor.”
Atos 11:21

domingo, 12 de julho de 2009

6º Domingo depois de Pentecostes

Am 7:7-15
Ef 1:1-14
Mc 6:7-13

O que está vendo?

O que você está vendo, Amós? Ele viu um prumo e, através do prumo, a presença divina, a mesma que se encontrava nos acontecimentos do seu tempo. Amós nega ser profeta – profissional religioso - mas não nega a presença de Deus na história, sempre julgando a injustiça e trama. Os eventos de qualquer tempo desafiam nossas percepções e vidas. Jesus também não era religioso de profissão. Para ele não se faz missão correndo de um lugar para o outro (com muitos cultos, reuniões, pregações) mas na intimidade: “Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem.” Se não ficassem assim não teriam tempo de ver o que (quem) está diante deles. O tempo nos evangelhos é condensado. Aqui sugere-se que os demônios são expulsos e as pessoas são curadas não pelas atividades públicas religiosas mas pela proximidade e ternura no contexto doméstico. Essa convivência exige sensibilidade, paciência e tempo para ver o que seja benéfico, edificante e prazeroso. Assim a presença divina se revela. O que ou quem está vendo perto de você agora, meu amigo?
Stephen James Taylor
“Em Cristo, também vocês ouviram a Palavra da verdade, o Evangelho que os salva. Em Cristo, ainda, vocês creram, e foram marcados com o selo do Espírito prometido, o Espírito Santo.”
Efésios 1:13

sábado, 11 de julho de 2009

Bento de Núrsia, abade de Montecassino, 540

Salmo 20
I Sm 17:31-49
At 11:1-18
Mc 1:14-28

Pescadores

Ao passar junto ao mar da Galiléia Jesus encontrou homens que faziam da pesca o sustento das suas vidas. Redes, barcos e peixes impregnavam as manhãs, tardes e madrugadas. O resultado da pesca, muitas vezes, gerava alegria, tranquilidade e esperança. Jesus também pescava. Seu ministério buscava encontrar nos mares da existência gente-peixe. Crianças, jovens, homens, mulheres e idosos mer-gulhados em realidades diferentes à espera do encontro que pudesse produzir sentido à vida e às relações humanas. Pessoas ávidas por conhecer o Reino de Deus e suas expressões de amor, recebimento, cura e fraternidade. Talvez por estas razões é que Jesus caminhava à procura de novos companheiros de pescaria. O mestre buscava gente que estivesse disposta a machucar as mãos, envergar a alma e doar o tempo por amor daqueles que seriam alcançados pelas redes da justiça e da verdade.
Sérgio Andrade
“Uns confirma em carros e outros em cavalos; nós, porém, mencionamos o Nome do Senhor nosso Deus.”
Salmo 20:7

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Salmo 16
I Sm 17:17-30
At 10:34-48
Mc 1:1-13

Desertos

Deus parece apreciar desertos. Inúmeras são as passagens bíblicas que apresentam o deserto como um lugar de passagem para as pessoas que procuravam seguí-lo. A aridez, o silêncio, o calor, o frio, a solidão e a es-cassez são condições que se aproximam daqueles que por ali passam. Talvez, por esta razão Deus pareça tão próximo. Afinal, quando somos confrontados com o nada, Ele surge como Aquele que é tudo. No deserto, Jesus foi confrontado. Sua natureza e missão, seu compromisso e futuro estavam em jogo. Teria ele a certeza do que desejava? Estaria disposto a perseverar diante dos enormes desafios que o cercavam? Seus valores se relativizariam a partir daquilo que acontecia ao seu redor? Seria ele o Filho de Deus? Poderia ele contar com outras pessoas para cumprir seu destino? Estas e outras perguntas rondam o coração daqueles que passam pelos desertos da existência. Busque as respostas e os céus poderão se abrir.
Sérgio Andrade
“O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; tu és da minha sorte o sustentáculo.”
Salmo 16:5

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Salmo 18:1-20
I Sm 16:14-17:11
At 10:17-33
Lc 24:36-53

O que fazer?

É bem possível que ao olhar para situações que nos cercam percebamos inúmeras manifestações de morte. A probreza, a injustiça, a corrupção e o acúmulo de bens são alguns exemplos desta realidade. Diante deste cenário uma insistente pergunta acompanha aqueles que estão sensíveis e incomo-dados com esta situação: “O que fazer?” Diferentes posturas podem ser percebidas no meio cristão. Alguns optam pelo silêncio. Resolvem nada fazer, pois acreditam que tal realidade é maior que qualquer outra força transformadora. Um número considerável de pessoas segue noutra direção. A partir de ações pontuais e repletas de generosidade, procuram mitigar a fome, o frio, a enfer-midade e o abandono. Finalmente, encontramos aqueles que percebem que estamos diante de estruturas opressoras e sistemas cheios de impiedade. Para estes, é preciso unir as forças para combater todas as formas de pecado e proclamar a justiça.
Sérgio Andrade
“Com fervor te amo, ó Senhor, força minha.”
Salmo 18:1

quarta-feira, 8 de julho de 2009

08 de julho de 2009 • quarta-feira

Salmo 119:1-24
I Sm 16:1-13
At 10:1-16
Lc 24:36-53
Protagonistas

Ser reconhecido como instrumento de Deus na história significa compreender que Ele nos fez protagonistas nas mudanças. Longe de buscar promover qualquer estrelismo, merecimento ou posicionamento privilegiado, as escolhas divinas devem sacudir a alma, a mente e o corpo daqueles que ouviram a sua voz, viram suas proezas e experimentaram sua justiça e misericórdia neste mundo. Fomos chamados para testemunhar. Assim, expelidos por este compromisso, não devemos deixar de falar e praticar o que conhecemos, compreendemos e experimentamos. O comissionamento de Deus desconhece a covardia, a isenção e o relaxamento. Em nossas fraquezas e contradições, somos instados a sair e proclamar as boas-novas da justiça, da vida, da paz, do Espírito, da esperança, do amor, do respeito, da fraternidade, do diálogo, da alegria, do perdão... Em qualquer tempo, homens e mulheres são chamados por Deus ao exercício do protagonismo. Podemos mudar histórias. Então, saiamos de nós mesmos e avancemos nesta direção.
Sérgio Andrade
“Meditarei em teus preceitos,e terei sempre em vista as tuas veredas.”
Salmo 119:15

terça-feira, 7 de julho de 2009

07 de julho de 2009 • terça-feira

Salmo 5
I Sm 15:24-35
At 9:32-43
Lc 23:56b-24:11

Saudade, inclusão e cuidado

Os dias passam rapidamente. Há pessoas que passam pela existência como um breve sopro. Sentimos que elas poderiam fazer ainda mais. Dorcas foi alguém assim. O evangelista Lucas nos diz que aquela mulher “era notável pelas boas obras e esmolas que fazia.” (At 9.36c). Com suas mãos, Dorcas costurava vestidos e túnicas, optando por servir aos mais pobres. Gente assim, quando parte deixa saudade e leva consigo histórias e rastros de inclusão, cuidado, compromisso e justiça. Certamente por esta razão é que o apóstolo São Pedro orou para que Deus concedesse a Dorcas a oportunidade de seguir com vida para estar ao lado, particularmente, das viúvas. Neste contexto, ressurgir é despertar a esperança e a solidariedade. É adiar a orfandade e insistir na fraternidade. É dizer não à ausência e afirmar a presença que acalenta e transforma. É lutar contra as manifestações da morte e valorizar a vida.
Sérgio Andrade
“Guia-me, Senhor, na tua retidão; aplana diante de mim o teu caminho.”
Salmo 5:81-2

segunda-feira, 6 de julho de 2009

06 de julho de 2009 • segunda-feira

Salmo 146
I Sm 14:36-45
Rm 5:1-11
Mt 22:1-14

A fé, a graça e a paz

Quando Deus nos acolhe em Cristo somos justificados plenamente através da fé. Esta é dádiva dos céus e impossível de ser produzida pelas pessoas ou suas obras. A fé é dom de Deus. Se de fato somos aceitos, é porque manifestou-se a graça salvadora e sustentadora que não faz acepção de pessoas, antes acolhe a toda gente que se dispõe a receber este presente singular – Jesus - Deus entre nós.Como disse Dietrich Bonhoeffer, esta “graça não é barata” e, portanto, não deve ser desprezada. Sua presença em nós é suficientemente forte para firmar nossos passos, conceder-nos resistência e produzir perseverança – ingredientes originadores da paz que habita o interior de homens e mulheres que reconheceram a Cristo como Aquele que morreu por nós, “sendo nós ainda pecadores”. A fé, a graça e a paz são marcas presentes da justificação, por meio do nosso Senhor Jesus Cristo.
Sérgio Andrade
Bem-aventurado o que tem Deus por seu auxílio; aquele, cuja esperança está no Senhor seu Deus.”
Salmo 146:5

domingo, 5 de julho de 2009

05 de julho de 2009 • 5º Domingo depois de Pentecostes

Salmo 123
Ez 2:1-7
II Co 12:2-10
Mc 6:1-6
Olhos firmados em Deus

Diante dos desafios da vida podemos olhar nas mais diversas direções. É assim que agimos à procura de soluções que muitas vezes não encontramos. Olhares tristes, perplexos e/ temerosos refletem o estado do nosso coração. Ansiedade e preocupação podem ser companheiras do dia e da noite. O salmista nos convida para lançar nossos olhos numa só direção. Diante do desprezo e do escárnio, homens e mulheres devem firmar seus olhares em Deus - justiça, verdade e resposta para aqueles que nEle esperam. Esta disposição não é alienante, escapista ou covarde. Ao contrário do que muitos imaginam, quando olhamos para Deus somos convidados a perceber que não estamos sós. Há outros que o buscam e se reúnem para transformar o que é preciso e urgente. A aproximação com os céus nos conduz ao compromisso com a Terra. Olhares que estão firmados em Deus e em tudo aquilo que Ele ama.
Sérgio Andrade

“A Ti elevo os meus olhos, ó tu, que habitas nos céus.”
Salmo 123:1

sábado, 4 de julho de 2009

04 de julho de 2009 • sábado

Salmo 137
I Sm 14:16-30
At 9:10-19
Lc 23:32-43

Para onde iremos nós?
O Salmo 137 fala da tristeza dos exilados, do povo de Israel cativo na Babilônia. O texto do AT descreve a fuga dos filisteus perseguidos por Saul e o do NT descreve a cura e o batismo de Paulo, antes Saulo de Tarso, que ficara cego quando o Senhor lhe aparecera no caminho de Damasco. O texto do Evangelho descreve a crucificação de Jesus Cristo, destacando o diálogo dos malfeitores crucificados com ele. Enquanto um blasfemava o outro condenava-lhe tal atitude e, arrependido, pedia a Jesus Cristo que o recebesse no reino celestial. Jesus Cristo ignorou o primeiro e ao outro disse: “ Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso.” Os teólogos discutem onde estava Jesus Cristo enquanto seu corpo repousava no túmulo. Ele foi para o Pai, a quem entregou sua alma no momento em que expirou. Ele foi para o Paraíso, onde prometeu receber Dimas, o bom ladrão, naquele mesmo dia. Esta é uma discussão que não afeta nossa fé, pela qual temos a certeza de que para lá também iremos, quando chegar a nossa hora.
Pythagoras Cavalcanti Alcântara
“Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos a chorar, com saudades de Sião.”
Salmo 137:1

sexta-feira, 3 de julho de 2009

03 de julho de 2009 • sexta-feira

Salmo 140
I Sm 13:19-14:15
At 9:1-9
Lc 23:26-31

A profecia de Jesus Cristo

O Salmo 140 é uma prece por segurança. No trecho do AT vê-se que o pouco com Deus é muito – dois homens de Israel, Jônatas e seu escudeiro, venceram os filisteus. No trecho do NT, Deus transforma os perseguidores de seu povo. É a conversão de Paulo no caminho de Damasco. No trecho do Evangelho vale destacar dois aspectos: Um homem vinha do trabalho, naturalmente cansado após um dia de labuta. Não era um desocupado, um descansado. Aquele homem traba-lhador foi convocado para ajudar a carregar a cruz de Jesus Cristo. São sempre aqueles os convocados para executar os planos de Deus. A profecia de Jesus Cristo é o segundo aspecto. Ele previu para seus seguidores muito trabalho e so-frimento. “... Não choreis sobre mim, mas orai sobre vós mesmos e vossos filhos.” porque muito sofrimento haverá para os que Me seguem.
Pythagoras Cavalcanti Alcântara
“Senhor Deus, fortaleza de minha salvação, protegeste minha fronte no dia da batalha.”
Salmo 140:7

quinta-feira, 2 de julho de 2009

02 de julho de 2009 • quinta-feira

Salmo 133
I Sm 13:5-18
At 8:26-40
Lc 23:13-25
Cumprimento da vontade divina
O Salmo 133 exalta a união entre os irmãos. No A.T. vê-se que, sem Deus, Saul não conseguiu nada e no NT vê-se que Deus nos conduz para executar sua vontade. O Evangelho mostra a angustia de Pilatos não podendo agir conforme seu entendimento, procurando dialogar com a multidão e, por último, sendo obrigado a atender a reclamação do povo. A Coleta para o 5º Domingo da Quaresma ( LOC p. 118) diz assim: “ ... Concede a teu povo a graça de amar o que ordenas e desejar o que prometes; para que, entre as inconstâncias do mundo, permaneçam nossos corações firmados lá onde se acha a verdadeira alegria...”
Pythagoras Cavalcanti Alcântara

“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos habitem em união!”
Salmo 133:1

quarta-feira, 1 de julho de 2009

01 de julho de 2009 • quarta-feira

Salmo 128
I Sm 12:1-6 e 16-25
At 8:14-25
Lc 23:1-12
O sacrifício de Jesus Cristo
O Salmo 128 exalta o trabalho dos que amam a Deus. A Epístola narra o caso de um mágico que desejava pagar aos apóstolos pelos dons que pretendi ter. Ele é rechaçado com veemência por Pedro. No Evangelho continua o julgamento de Jesus Cristo e termina Pilatos, sob a influência da multidão, pro-nuncia sua sentença soltando o bandido Barrabás e entregando Jesus Cristo para ser crucificado. O importante é que o sacrifício de Jesus Cristo já estava decidido por Deus anteriormente. Jesus Cristo foi enviado ao mundo para ser sacrificado por toda a humanidade. Foi uma decisão divina tomada na eternidade, antes portanto do momento do tempo finito em que Jesus Cristo foi julgado pelas autoridades romanas, indepen-dentemente do clamor da multidão e da pressão dos anciãos, sacerdotes e escribas. O sacrifício de Jesus Cristo foi por nós e para nós. Cabe-nos aceitá-lo, deixando que se produzam em nossas vidas os efeitos eternos planejados por Deus.
Pythagoras Cavalcanti Alcântara
“Bem-aventurados os que temem ao Senhor, e andam nos seus caminhos. Pois comerás do teu trabalho de tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem.”
Salmo 128:1-2